Sofrimento emocional, físico e espiritual. Isso é o que o dia 11 de Setembro significa para milhares de pessoas que perderam entes queridos e também para centenas de trabalhadores em Nova York. Daqui a seis dias, uma série de homenagens deve lembrar as mais de 2 mil vítimas daquela data, quando terroristas do grupo Al Qaeda colidiram dois aviões comerciais contra as Torres Gêmeas.
São muitos os que dez anos depois dos atentados não puderam sepultar seus entes queridos porque seus corpos nunca foram achados, e muitos restos mortais continuam sem ser identificados, o que torna ainda mais dolorosa sua inesperada e trágica morte.
Uma ferida aberta
Para o porto-riquenho Daniel González é muito difícil falar de Mauricio sem que lágrimas interrompam suas palavras. Seu filho, um carpinteiro de 27 anos, está entre as vítimas desse trágico dia. Ele realizava um trabalho em um dos escritórios localizados na Torre II, a segunda que desabou após o impacto do avião de passageiros.
Para González, Mauricio era mais que um filho, era também o amigo com o qual compartilhava diversos momentos de sua vida, com o qual conversava todos os dias, viajava, e o pai de sua única neta. A ligação que lhe informou que Mauricio estava naquele dia nas Torres Gêmeas está fresca em sua memória, ao completar-se o décimo aniversário da tragédia que mudou a história do país.
"Nestes dez anos às vezes há choro, às vezes alegria, mas é mais choro e tristeza que alegria. Quando você ouve algo sobre Afeganistão, Iraque, Paquistão, terrorismo, vem à sua mente que por toda essa gente, por qualquer problema lá, meu filho e muitas outras vítimas morreram", assinala González enquanto faz esforço para evitar que as lágrimas voltem a aflorar, acrescentando que ele, da mesma forma que muitas outras pessoas, tem vivido com a dor que não o deixa comer nem dormir.
"Todos os que têm valores familiares sabem o que é a dor e o sofrimento", diz, afirmando que embora a morte de Osama bin Laden, autor intelectual dos atentados, lhe agrade, isso não traz seu filho de volta. "Bin Laden saiu de cena, o terrorismo continua sendo igual, os Estados Unidos continuam lá, nada se acertou. A dor continua, gente inocente continua morrendo", afirmou.
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